Um quarto ninho de dinossauro foi escavado nas arribas de uma praia da Lourinhã e deverá pertencer ao “Lourinhanosaurus antunesi”, dinossauro carnívoro encontrado em ninhos anteriores, fazendo deste o local no mundo com mais ninhos de dinossauro, um anúncio feito esta semana.
O paleontólogo Miguel Moreno Azanza, especialista em ninhos e ovos de dinossauros, explicou que “as cascas são semelhantes às dos ovos dos outros ninhos, por isso tem quase a certeza de que o ninho pertence” ao “Lourinhanosaurus antunesi”, espécie de dinossauro carnívoro descoberta também neste concelho, motivo pelo qual foi assim batizada. Os quatro ninhos têm em comum o facto de terem ovos de 12 centímetros, com cascas negras de um milímetro de espessura e poros que permitem a sua identificação. Os paleontólogos suspeitam que o ninho agora escavado na praia do Caniçal, com cerca de 10 ovos, poderá ser mais antigo do que os anteriores escavados no concelho. Pela diversidade de ninhos encontrados, os cientistas acreditam que a Lourinhã seria o “local ideal” para os dinossauros carnívoros daquela espécie nidificarem. Em 2017, quando efetuavam ações de prospeção, três voluntários do museu encontraram uma área de concentração de cascas pretas na arriba da praia do Caniçal. Os paleontólogos começaram a escavar a meio da arriba, trabalhando pendurados por cordas, a uma altura de 17 metros da praia. O ninho foi escavado desde 2017, tendo sido extraído um bloco rochoso a pesar uma tonelada, o qual, por sua vez, foi envolvido em gesso e serapilheira para proteger os fósseis e retirado por guindaste. O material vai ser estudado e preparado ao vivo no laboratório do Dino Parque da Lourinhã dentro de duas semanas e durante um a dois anos por Miguel Moreno Azanza, Octávio Mateus, Eduardo Puértolas-Pascual, Rute Coimbra e Alexandra Fernandes. Estes investigadores receberam 240 mil euros de financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia para estudar a evolução dos ovos de dinossauros a nível mundial, sendo grande parte dos achados oriundos da Lourinhã, por “não haver lugar comparável a nível mundial”. A investigação decorre em parceria com universidades dos Estados Unidos da América, Espanha e Coreia do Sul. O Dino Parque prepara-se para realizar visitas às áreas onde foram feitas diversas descobertas para que os visitantes conheçam melhor as características geológicas da região. |
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Março 2024
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