O escritor António de Andrade Albuquerque, de 88 anos, conhecido pelo pseudónimo Dick Haskins, morreu na madrugada desta quarta-feira, no Hospital S. Francisco Xavier, vítima de infeção respiratória.
O corpo do escritor foi levado para a igreja de S. Bernardino, localidade do concelho de Peniche onde residia atualmente, de onde saiu esta quinta-feira para ser cremado, em local não determinado. António de Andrade Albuquerque, autor de romances policiais sob o pseudónimo Dick Haskins, nasceu a 11 de setembro de 1929, em Lisboa. O autor foi traduzido em mais de 30 países, desde o final da década de 1950, sendo identificado como um dos "mais internacionais dos escritores portugueses". Escreveu o primeiro livro aos 25 anos - "O sono da morte" -, que chegaria às livrarias em 1958, quando o escritor abandonou o curso de Medicina. Ao todo, Dick Haskins publicou 24 livros, o último dos quais o romance "A metáfora do medo", em 2016. A maioria dos seus livros foi publicada pela coleção Enigma, da Ática, mas chegaram igualmente às coleções policiais Vampiro e XIS, além da Dêagá, editora que fundou em 1964 e que manteve até 1975. Nesta editora, publicou cinco coleções mensais de policiais, espionagem, ficção científica, romance e história. A partir de 1961, a sua obra começou a ser traduzida, tendo chegado a mais de 30 países, com destaque para a Alemanha, onde chegou a estar entre os autores policiais preferidos. "O Caso Barbot" foi adaptado ao cinema com o título "Fim de semana com a morte", em 1966, numa coprodução luso-franco-alemã, que contou com interpretações de Peter van Eyck e Leticia Roman, além de António Vilar. Na década de 1970, a televisão pública alemã e a RTP coproduziram uma série filmada de 12 episódios, sobre as aventuras de Dick Haskins, escrita pelo autor, com música de Luís Pedro Fonseca. António de Andrade Albuquerque vivia na praia de São Bernardino, em Peniche, para onde se mudara no início da década de 1980, por se sentir "atolado" em Lisboa. Numa entrevista ao Diário de Notícias, em 2016, pouco antes da publicação de "A metáfora do medo", António de Andrade Albuquerque disse esperar que os seus livros lhe sobrevivam, "que fiquem na história" dizendo “que o que conta é o que está feito, que, bom ou mau, foi escrito com honestidade". |
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Março 2024
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