Numa estimativa feita pela AIRO - Associação Empresarial da Região Oeste, a pandemia de COVID-19 já afetou mais de 38 mil empresas do Oeste. Numa versão preliminar, a estimativa apontava para 10 mil desempregados nos concelhos do Oeste, mas essa previsão foi revista para números perto dos 12 mil, em finais de abril, entre desemprego ou inatividade, no caso de trabalhadores em nome individual.
Mais de 80% das 46 mil empresas do Oeste já foram afetadas economicamente pela pandemia e equacionam, ainda, proceder a despedimentos. Estas são extrapolações feitas pela AIRO, através do barómetro empresarial lançado na passada semana e que partiu de um questionário com respostas de 268 empresários oestinos. Segundo os cálculos, há neste momento mais de 14 mil empresas com atividade suspensa e cerca de 5500 em apresentação de processos de lay-off total ou parcial. O número estimado de 10 mil desempregados no início de abril é muito superior ao período homólogo do último ano, em que estavam registadas cerca de três mil pessoas nos centros de emprego dos doze concelhos do Oeste. Acresce a isto um dado preocupante pois, considerando despedimentos e trabalhadores em nome individual que ficam sem atividade, a AIRO estima que a COVID-19 possa levar perto de 12 mil pessoas ao desemprego no final de abril, um dado que poderá ser confirmado na próxima versão do barómetro, cujo questionário será feito até à última semana do mês. Cerca de 65% dos entrevistados referem um risco moderado ou elevado de encerrar definitivamente a empresa, sendo que alguns já o fizeram. Mais de metade estima que as quebras nas vendas fiquem acima dos 60% e um terço prevê mesmo que fiquem acima dos 80%. Apenas um quinto dos inquiridos refere quebras inferiores a 40%. Outro dado relevante é que cerca de dois terços dos entrevistados não se mostrava muito confiante nas medidas de apoio do governo e que havia uma divisão entre os que acreditam e os que não acreditam na força do tecido empresarial do Oeste para enfrentar os impactos desta situação. Apenas menos de um terço acreditava que a situação ficasse resolvida em três meses. Mais de metade dos empresários estava preocupada com uma eventual interrupção do fornecimento de matérias-primas e cerca de dois terços respondeu que as exportações estão limitadas. No sentido de apoiar as empresas, a AIRO tem desenvolvido o seu trabalho de auxílio durante a pandemia e tem recebido dezenas de pedidos de ajuda. A ajuda concretizou-se na elaboração de planos de contingência, workshops e formação on-line e gratuita, minutas para o lay-off para os empresários utilizarem de forma gratuita e apoio na consultadoria para as empresas saírem desta situação. Os workshops e formações têm sido sobretudo acerca de temas importantes nesta fase, como o lay-off, as medidas de apoio às empresas e aos trabalhadores, o financiamento, mas também o marketing digital, as redes sociais, entre outras. |
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Março 2024
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