A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) pediu à Câmara Municipal de Peniche para remover a escultura em memória dos presos políticos, na Fortaleza de Peniche. A DGPC alega que o monumento, inaugurado em setembro de 2017, é incompatível com o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, que está a ser instalado no local e que vai custar 3,5 milhões de euros. A decisão está a motivar uma reação negativa por parte da população, que entende ser desprezada uma obra que custou 75 mil euros ao erário municipal.
Numa carta enviada à autarquia, Paula Araújo da Silva, diretora geral do património cultural, pede a retirada da peça escultórica, justificando que no concurso público para a instalação do museu "está prevista a construção de um memorial aos presos políticos onde constem os mais de 2500 nomes dos presos pelo regime fascista, que corresponde às expectativas dos ex-presos e familiares bem como ao projeto museológico em curso". Até agora a Câmara de Peniche ainda não avançou com nenhum local para reinstalar a obra de arte da autoria do escultor José Aurélio. O projeto resultou de uma investigação inédita, em colaboração com a União de Resistentes Antifascistas Portugueses, que permitiu identificar perto de 2500 portugueses que estiveram presos na Fortaleza. A escultura é constituída por um cubo feito em malha de aço, com 25 varões, numa referência ao 25 de Abril, cuja ponta inclui pequenas asas para reforçar a imagem de liberdade. |
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Março 2024
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