O parque municipal de campismo e caravanismo de Peniche deverá vir a ser ser gerido por privados, a avaliar pela proposta de concessão que foi aprovada na passada sexta-feira. Segundo informação avançada pela LUSA, a câmara admitiu dificuldades em investir 4,5 milhões de euros em obras de recuperação para o manter na gestão municipal. A proposta passou por maioria, com os votos a favor dos eleitos do Grupo Cidadãos Eleitores Por Peniche (GCEPP) e do PS e contra do PSD e CDU.
Nas palavras do presidente da câmara, Henrique Bertino, o equipamento carece de um "grande investimento" que, a não ser concretizado, "põe em causa o seu funcionamento futuro". PSD e CDU mostraram-se desfavoráveis à entrega a privados do equipamento, defendendo a continuidade da gestão municipal com base no pressuposto de que, se há lucros, estes ajudariam a suportar os investimentos. O social democrata Filipe Sales defendeu também que o município deve manter o direito de superfície para acautelar o património municipal. Pelo PS, que estabeleceu um acordo pós-eleitoral com os independentes, Ângelo Marques foi favorável à proposta, por considerar que, sem empresa municipal, a câmara “não é especialista na gestão destes equipamentos” e são necessários investimentos para os quais a autarquia não se pode candidatar a fundos comunitários. Após a autorização, o município vai elaborar o caderno de encargos para lançar a concessão por 25 anos. A autarquia estabeleceu, desde já, como requisitos a execução do investimento necessário, a plantação de árvores, a assunção da gestão do equipamento, o pagamento de uma renda anual nunca inferior a 750 mil euros e a classificação de quatro estrelas. O investimento estimado em 4,5 milhões de euros para melhorar a oferta e a qualidade do serviço do parque passa pela alteração da rede eléctrica, comunicações, rede de abastecimento de água e saneamento, reformulação da rede de combate a incêndios, instalação de 50 novos ‘bungalows’ e 50 novos ‘teepees’ e pela introdução de novas tecnologias como painéis solares fotovoltaicos e/ou térmicos. A remodelação de todos os edifícios que ainda não foram renovados, nomeadamente balneários, cozinhas, receção antiga, snack-bar, mini-mercado antigo e casa do guarda, e ainda a criação de novos espaços verdes com a introdução de novas espécies de árvores e arbustos estão também previstas. É estimado um volume de negócios, depois da renovação, entre os 1,5 e os 1,7 milhões de euros anuais, tendo em conta o aumento da procura por Peniche enquanto destino de surf. A proposta vai ser ainda sujeita à Assembleia Municipal. |
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Março 2024
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