Depois de uma reunião entre o Bloco de Esquerda e o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), no dia 4 de novembro, cerca de um ano após a sua tomada de posse, com o objetivo de obter informação sobre a situação atual, e esclarecer algumas denúncias sobre o funcionamento dos seus três hospitais, localizados em Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, esta força política elaborou um conjunto de perguntas ao Governo, num documento assinado pelos deputados Ricardo Vicente, eleito pelo círculo de Leiria, Moisés Ferreira e José Soeiro.
Dos esclarecimentos obtidos foram identificados "progressos ao nível de serviços", com um "crescimento de 4% no número de consultas, maior número de partos, investimento de 900 mil euros em equipamentos, requalificação de instalações de suporte às urgências a decorrer no Hospital de Caldas da Rainha e candidatura aprovada no montante 1,6 milhões de euros para as urgências de Torres Vedras, com previsão de requalificação da oftalmologia também em Torres Vedras e criação de serviço de internamento de Psiquiatria no hospital de Peniche". "As dificuldades com o refeitório, que tinha sido fechado pela ASAE estão solucionadas". Hoje, afirma o Bloco de Esquerda, "este Centro Hospitalar está claramente em melhor situação do que há um ano atrás, contudo, as dificuldades identificadas e confirmadas pelo Conselho de Administração são muitas". "Várias valências médicas muito deficitárias" com falta de médicos ou médicos em final da carreira é uma delas. Os bloquistas revelam ainda que , depois de um "processo de regularização de precários, no âmbito do PREVPAP, que regularizou 240 trabalhadores", continuam a ser "recrutadas pessoas a recibos verdes e mediadas por empresas de trabalho temporário para garantir o normal funcionamento dos três hospitais" com o Conselho de Administração do CHO a reconhecer que "estas pessoas devem fazer parte dos quadros" e informando que "aguardam a autorização da tutela desde janeiro para abrir concurso que permita a sua contratação". Foi ainda diagnosticado que "as infraestruturas e os equipamentos do CHO, regra geral, estão envelhecidas, muitas em fim de vida útil". Da "farmácia em contentores, sem capacidade de responder às necessidades dos doentes oncológicos, ao parque informático obsoleto, existe uma enorme necessidade de investimento público". A "dispersão de serviços de especialidade e de urgência em três hospitais distanciados por dezenas de quilómetros e sem interligação por transportes públicos coletivos capazes" é outro dos problemas identificados. Para o Bloco, a "resolução de muitos dos atuais problemas só se concretizará com a construção de um novo hospital, que permita centralização de serviços, maior rentabilização de recursos e a oferta de melhores condições a profissionais e utentes". Deste diagnóstico, foram redigidas ao Governo, através da Ministra da Saúde, várias perguntas, indagando sobre o conhecimento do Governo, sobre a situação exposta, a previsão de concretização de investimento no CHO, de forma a reabilitar as farmácias e a responder às necessidades dos doentes oncológicos, no que diz respeito aos fitotóxicos, a razão pela qual o Conselho de Administração do CHO ainda aguarda a autorização da tutela (solicitada em janeiro) para a abertura de concursos que permita a contratação de dezenas de auxiliares que executam funções permanentes em dupla condição de precariedade, a recibos verdes e mediadas por empresas de trabalho temporário, a previsão de construção de um novo hospital, que permita otimizar os serviços prestados pelo CHO e do montante em despesas de deslocação com o transporte de doentes entre os três hospitais nos últimos três anos de atividade do CHO. |
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Março 2024
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