O projeto de arquitetura do Atelier AR4 para o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade foi o escolhido pelo júri do concurso público para a Fortaleza de Peniche, promovido pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), com assessoria técnica da Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos. A escolha foi divulgada esta terça-feira pela DGPC em comunicado.
Entre os 22 trabalhos a concurso o júri classificou em primeiro lugar o projeto coordenado pelo arquiteto João Barros Matos. Os trabalhos a concurso, submetidos sob anonimato, foram avaliados por um júri composto pelos arquitetos Alexandre Alves Costa (presidente), João António Serra Herdade, João Mendes Ribeiro e Sofia Aleixo e pelo designer Henrique Cayatte. Este júri classificou em primeiro lugar o projeto do atelier AR4, coordenado pelo arquiteto João Barros Matos, em segundo o do FSSMGN Arquitetos (coordenadora Margarida Grácio Nunes) e em terceiro o do arquiteto Marcelo de Gouveia Cardia. O primeiro recebe um prémio de cinco mil euros e os seguintes de três mil e 1500, respetivamente. Das 22 propostas apresentadas, o júri considerou que a vencedora se destacou pela "sobreposição de percursos de diferente natureza nunca perdendo, cada um deles, autonomia, significado ou fluidez no seu conjunto", refere a acta de reunião onde foi tomada a decisão. No mesmo documento é ainda dito que "o projeto é muito contido e algo sombrio, de acordo com a natureza dramática do seu conteúdo central”, sendo capaz de preservar os “valores arquitetónicos com interesse patrimonial e os que, sem interesse de forma, remetem para um muito significativo conteúdo, não deixando de se abrir a leituras mais contemporâneas". Já na memória descritiva do projeto, João Barros Matos e a sua equipa explicam que a ideia base passa pela sobreposição de três tempos num mesmo conjunto - o da fortaleza, o da prisão e o do museu -, propondo percursos distintos e “relacionando os edifícios, os pátios do núcleo central e as plataformas circundantes". Os trabalhos concorrentes serão apresentados publicamente numa exposição que vai ser inaugurada no próximo dia 20 de Junho, às 19h, no Museu de Arte Popular, em Lisboa. Foi a 11 de Maio que a DGPC lançou o concurso de um milhão de euros para obras de recuperação dos antigos pavilhões prisionais da Fortaleza de Peniche para ali instalar o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade. No final de Abril, a Comissão de Instalação dos Conteúdos e da Apresentação Museológica, presidida pela DGPC, tinha já entregue ao ministro da Cultura o guião para os conteúdos do Museu, que vai ter 11 núcleos temáticos. O investimento na recuperação da fortaleza e da respectiva muralha e de instalação do museu está estimado em 3,5 milhões de euros, dos quais três milhões são financiados por fundos comunitários, sendo os restantes oriundos do Orçamento de Estado para 2018. |
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Março 2024
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