Duzentos e trinta e três anos depois do acidente que marcou a vida de Peniche e que veio a ter repercussões em toda a Europa, o San Pedro de Alcantara volta à ordem do dia.
Construído na Ilha de Cuba, o navio de 64 canhões iniciou a sua viagem no Perú, fez escala no Rio de Janeiro para reparações e tinha como destino a cidade portuária espanhola de Cadiz. O trágico naufrágio ocorrido na noite de 2 de fevereiro de 1786, ao largo de Peniche, viria a merecer forte atenção por parte dos investigadores no século XX. O sítio marítimo do acidente e o local da deposição e enterramento dos náufragos, o Porto da Areia Norte, foram o ponto de partida para uma investigação que abrangeu diversas disciplinas do conhecimento técnico, cientifico e artístico e irá ser intervencionado na sequência da aprovação da candidatura que o Município de Peniche apresentou ao Programa Operacional Mar 2020, no âmbito do Grupo de Ação Local Pesca Oeste, com a designação “Valorização Paisagística do Depósito Funerário de Catástrofe do Naufrágio do Navio San Pedro de Alcantara”. Através desta intervenção, será possível dar a conhecer o episódio, potenciando o valor patrimonial imaterial deste acontecimento e homenageando as 128 pessoas que faleceram, num total de 440 passageiros, dos quais 80 foram aqui sepultados. Nos cerca de 1700 m2 da área de intervenção, pretende-se invocar o acontecimento com a modelação de um navio cuja proa será um miradouro e a ré constituirá um espaço de reunião de visitantes. Um passeio panorâmico irá interligar os dois espaços, abrindo-se para o campo arqueológico. A intervenção abrange ainda a requalificação do acesso à frente habitada nascente, incluindo um corredor pedonal e automóvel. Da despesa pública de 145 139,25 EUR, a divisão é feita por uma comparticipação do FEAMP de 123 368,36 EUR e por uma comparticipação nacional de 21 770,89 EUR. |
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Março 2024
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