Um roteiro de obras da autoria de Ferreira da Silva foi inaugurado esta semana nas Caldas da Rainha. Dez trabalhos, desenvolvidos em cerca de duas décadas, entre 1989 e 2010, em vários espaços públicos das Caldas constituem o Roteiro agora apresentado, numa cerimónia que teve lugar na galeria do novo Espaço Turismo.
Familiares, amigos, entidades ligadas às artes e à cerâmica marcaram presença nesta sessão onde também foi exibido um documentário de 40 minutos acerca da obra do artista, produzido pela Câmara Municipal, e onde o próprio surge a falar do seu trabalho. O lançamento do Roteiro e do documentário integram o conjunto de iniciativas da “Festa da Cerâmica”, projecto recentemente divulgado pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha, e que deverá conduzir à apresentação, em 2020, de uma candidatura ao título de cidade criativa reconhecida pela Unesco. Ferreira da Silva é um dos nomes maiores das artes plásticas portuguesas, com uma obra que abarca o desenho e pintura, a gravura e a escultura, o vitral, a azulejaria e a cerâmica. A vasta obra do artista, recentemente falecido, distribui-se por todo o país e abarca diversas modalidades de trabalho – desde a pintura ao design, desde a modelação de peças artísticas à produção de cerâmica utilitária - mas tem uma particular concentração nas Caldas da Rainha e região envolvente, onde trabalhava desde os 16 anos. João Bonifácio Serra, professor e Responsável pelo projecto “Festa da Cerâmica” referiu que poucas serão as cidades no mundo que ostentem uma tão profusa obra plástica em espaço de acesso público. O mesmo destacou que Caldas da Rainha tem uma marca profunda deixada pelo artista e que não seria a mesma cidade sem essa presença forte e desafiadora. Desta rota fazem parte o Jardim da Água, junto ao Hospital Distrital das Caldas da Rainha; um obelisco a D. Leonor (fundadora da cidade); um mural dedicado a Orpheu e Eurídice, instalado num viaduto sob a linha do caminho-de-ferro; e ainda obras instaladas nos edifícios da Câmara, da Associação de Municípios do Oeste, no Cencal - Centro de Formação para a indústria Cerâmica, na Escola Raúl Proença e em alguns estabelecimentos comerciais. Segundo o presidente Tinta Ferreira, além da marca impressa em várias intervenções no espaço público, a Câmara Municipal pretende desenvolver diversas iniciativas no sentido da preservação da obra do artista, apontado como uma das maiores referências da cerâmica portuguesa dos séculos XX e XXI, com um percurso multidisciplinar nas áreas da cerâmica, pintura, escultura, desenho, gravura e vitral. A juntar às peças já adquiridas, a Autarquia “está disponível para ficar com a guarda do espólio na posse da família" com vista a reunir acervo para a criação, no futuro, de uma casa museu. Luís Ferreira da Silva nasceu no Porto em 1928 e faleceu no passado dia 8 de março. Um Centro de Documentação Ferreira da Silva foi constituído recentemente entre a Câmara Municipal e a Associação Património Histórico. |
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Março 2024
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