No arranque de 2018 a inflação deverá ser a grande influência nos preços, uma vez que os que são tabelados ou definidos pelo Governo no Orçamento do Estado assumem como referência, na sua maioria, o índice de preços no consumidor. E para 2018, o Governo estima que a inflação acelere face a 2017, apontando que a taxa anual média chegue aos 1,6%, o que deve fazer com que as famílias sintam um aumento dos preços, em linha com a respetiva progressão do custo de vida estimado.
Fora desta linha de referência, para cima e para baixo, estão outras despesas, com exceção dos pacotes de telecomunicações — que as empresas dizem que não irão alterar em janeiro. Segundo os operadores de telecomunicações, a Vodafone, a Nos e a Nowo adiantaram que não estão previstos aumentos. Já a Meo, da Altice, detalhou que “alguns tarifários móveis pós-pagos serão atualizados”, mas “não há qualquer alteração de preços” nos serviços fixos. Na eletricidade, assistir-se-á a uma descida das tarifas mas apenas no mercado regulado, para o qual se poderá regressar já em 2018. A partir de janeiro, as tarifas reguladas da eletricidade vão descer em média 0,2%, o que representa, segundo o regulador, menos nove cêntimos numa fatura típica mensal de quatro pessoas. Também entra em vigor o regime das tarifas equiparadas às do mercado regulado, que as comercializadoras em concorrência podem optar por disponibilizar aos clientes, se assim o entenderem. No polo oposto, os transportes subirão acima da inflação, ainda que não possam passar de um teto fixado pelo Governo. A partir de janeiro, o preço dos transportes públicos vai voltar a subir acima da inflação, algo que acontece pelo segundo ano consecutivo. O Governo aprovou uma subida média de 2%, quando a estimativa é a de que a inflação se situe nos 1,4%, de acordo com o Orçamento do Estado para 2018. Este é o aumento médio que pode ser praticado pelos operadores de transportes públicos (muitos deles do Estado), sendo que um determinado título nunca pode subir mais de 2,5%. O Governo já defendeu este aumento pela necessidade de as empresas poderem ter capital liberto para investir. Por outro lado, o executivo defende que há compensações pela subida, como a possibilidade de dedução do IVA do passe em sede de IRS, e que também os passes 4_18 anos (para crianças e jovens desta idade) vão voltar a ter um desconto automático de 25%. No que diz respeito às rendas, embora sigam os sinais da inflação como outros serviços ou preços, 2018 marcará uma aceleração nos valores que já não se via há algum tempo. A subida da inflação veio ditar o maior aumento de rendas em cinco anos. O valor do aumento corresponde ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC), sem habitação, dos últimos 12 meses, terminados em Agosto, que se fixou em 1,2%. É este o aumento que pode ser feito em 2018, ao abrigo do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), e corresponde a cerca do dobro dos 0,54% que esteve na base da atualização em 2017. O impacto do aumento de 1,2% numa renda de 300 euros mensais é de 3,90 euros, atingindo os 6,72 euros num renda de 600 euros. Nas chamadas rendas mais antigas, de valor significativamente mais baixo, o impacto é menor. Os senhorios podem comunicar o aumento aos inquilinos na data de atualização dos contratos (data em que foram assinado), respeitando uma antecedência mínima de 30 dias face à data de atualização. O universo de contratos de arrendamento revelado pelos últimos censos ascende a mais de 700 mil e a atualização com base na inflação aplica-se a quase todos, com algumas exceções, como os contratos estabelecidos a partir de 2006 em que tenha sido convencionado outro regime de atualização. Este universo, porém, é residual. |
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Março 2024
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