O boicote das rádios locais à campanha eleitoral para as eleições legislativas agendadas para 10 de março alcançou um total de 80 estações emissoras, em virtude da falta de financiamento do Estado. Esta ação marca o terceiro boicote do género, sucedendo aos ocorridos durante as eleições europeias e legislativas de 2019. O presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão - APR expressou preocupação com o futuro da informação de proximidade, salientando que está em causa a sua continuidade.
A APR aponta a responsabilidade ao Estado, alegando que este direciona os fundos dos Tempos de Antena exclusivamente para rádios e televisões nacionais, excluindo as rádios locais, que lutam pela sua sobrevivência. Esta falta de financiamento tem impacto direto na divulgação de informação sobre candidatos e iniciativas partidárias, reduzindo-as ao mínimo. As rádios locais enfrentam grandes dificuldades financeiras, refletindo-se na diminuição da produção de conteúdos locais e na redução drástica do número de funcionários. A 102FM Rádio, por exemplo, que anteriormente contava com 10 funcionários, atualmente tem apenas dois. As receitas provenientes da publicidade, que tradicionalmente financiam estas rádios, estão a ser desviadas para plataformas digitais, enquanto as campanhas institucionais do Estado, que contribuíam para o equilíbrio das contas, também têm sido reduzidas. De acordo com a APR, as recentes alterações à legislação das rádios apenas exacerbaram a situação já delicada vivida por estas estações. |
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Março 2024
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