Segundo notícia avançada pelo site Torres Vedras Web, o GIAV – Gabinete Intermunicipal de Apoio à Vítima, que entre 2016 e 2019 atendeu 378 vítimas de violência doméstica, residentes na região Oeste, tem a continuidade da iniciativa comprometida devido a falta de financiamento. Do número de vítimas apoiadas, mais de metade correspondem a novos casos. Um crescimento significativo no número de atendimentos realizados que resulta de deslocações a Municípios onde não existia esta resposta.
Desde 2010 que a equipa técnica do GIAV acolhe nas suas instalações, em Torres Vedras, vítimas de violência doméstica provenientes de concelhos vizinhos que procuram apoio social, psicológico e jurídico. De acordo com o Gabinete, foi esta procura regular que motivou a implementação do projeto “-violência =dade +informação”, em 2016, e a consequente descentralização a oito Municípios onde este apoio não existia: Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche e Sobral de Monte Agraço. O projeto, que durou 30 meses e terminou no passado mês de maio, obteve resultados muito para além do previsto. Permitiu prestar um atendimento mais próximo e chegar a mais pessoas, com um aumento de 13,5% no número de acompanhamentos realizados pelo Gabinete. Apesar do reconhecimento de parceiros e utentes, o serviço do GIAV enfrenta agora dificuldades financeiras. Com o fecho do projeto “-violência =dade +informação”, cessa o financiamento do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE) e o GIAV passa a contar apenas com a verba do Instituto da Segurança Social que é “claramente insuficiente face à procura”, segundo os responsáveis pelo GIAV: “o apoio da Segurança Social visa o atendimento a 11 utentes por mês. Só em 2018, a média de vítimas diretas em acompanhamento mensal pelo GIAV foi de 62 pessoas", vítimas às quais os responsáveis dizem ser impossível negar apoio. Para tentar garantir a continuidade de todas as suas atividades, a equipa já formalizou diversos pedidos de apoio, nomeadamente junto das Câmaras Municipais envolvidas, da OesteCIM e do Programa de Celebração ou Alargamento de Acordos de Cooperação para o Desenvolvimento de Respostas Sociais (PROCOOP). O objetivo é que o GIAV deixe de estar dependente de projetos “a prazo”. O GIAV tem também assumido um conjunto de ações de sensibilização e prevenção primária pelas quais é reconhecido. De acordo com Inês Vaz, representante do Município de Torres Vedras na Rede Local de Intervenção na área da Violência Doméstica, este trabalho revela-se “indispensável”. |
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Março 2024
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