Os trabalhadores da empresa de transformação de peixe António Ramos & Costa, em Peniche, estão com salários em atraso, conforme informou uma dirigente do sindicato, enquanto a empresa garantiu que vai pagar parte do vencimento de fevereiro.
No passado dia 8 de março "foi pago o que restava do salário de janeiro", mas segundo a mesma fonte está por liquidar o de fevereiro e os subsídios de férias e de Natal de 2017. Contactada pela agência Lusa, Olga Costa, diretora executiva da empresa, admitiu que "há dificuldades financeiras, porque a sardinha era o principal produto e, com a redução da quota, a empresa tem procurado encontrar outras alternativas" de negócio, justificando ainda que, "com o mau tempo, não tem havido pescado e está sem congelar há dois meses", e há clientes a atrasar os pagamentos. A responsável adiantou que a gerência "já autorizou o pagamento de uma parte do salário de fevereiro", assegurando que "nunca houve um mês em que a empresa não pagasse" o dinheiro equivalente a um salário. Desde 2016, a empresa atravessa um Processo Especial de Revitalização (PER), ao abrigo do qual demonstrou viabilidade financeira e acordou em janeiro de 2017 que pagaria o que estava em dívida aos trabalhadores dentro de um ano. "Para pagar os subsídios de férias e de Natal de 2014 e 2015 a empresa tem estado a atrasar-se a pagar os salários e a situação está pior do que estava em 2016", denunciou a sindicalista, detalhando que "muitos estão a abdicar dos seus direitos de antiguidade e estão a despedir-se por não aguentarem estar com quase dois salários em atraso". Em 2016, a empresa tinha 80 trabalhadores, mas, segundo o SINTAB, a empresa está reduzida a apenas 20, embora haja trabalhadores que estão a dar tempo de serviço para se desvincularem de todo. A diretora executiva da António Ramos & Costa esclareceu que a redução de postos de trabalho está relacionada com o encerramento dos armazéns que tinha nos portos de Matosinhos, Figueira da Foz, Nazaré e Sines e que apenas quatro trabalhadores se despediram nos últimos três meses. A intenção da gerência é manter a laboração, daí o pedido do PER e não a insolvência, com o pagamento das dívidas acordado no processo a ser cumprido com a compreensão dos credores. |
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Março 2024
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