O secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, reconheceu, no passado sábado, nas Caldas da Rainha, que “o 16 de Março tem ficado secundarizado no caminho para chegar à democracia” e que “este prenúncio da liberdade não pode ser esquecido”.
As palavras foram proferidas durante a cerimónia de inauguração do monumento evocativo do “Golpe das Caldas” e Marcos Perestrello disse ainda que há “momentos históricos que nem sempre são devidamente valorizados por quem tem mais responsabilidades” e como tal “cumprimentou todos os autarcas que no país fazem o esforço de os assinalar”. O governante fez questão de frisar que “o 25 de Abril foi um momento que teve um caminho com vários passos”, que “um deles foi o 16 de Março” e que “o Governo não pode esquecer esse marco nem esse trabalho pode ser deixado só à Câmara Municipal”. Para o presidente da autarquia da cidade de onde há 44 anos saiu uma coluna militar para derrubar a ditadura, a inauguração deste monumento configura-se para si como “um dos momentos mais importantes” da sua ação como autarca. Tinta Ferreira disse que sempre sentiu que havia vontade nas Caldas de assinalar o golpe de 16 de março de 1974 com uma iniciativa verdadeiramente evocativa da relevância desta memória, e espera que, com a obra escultórica agora inaugurada, “ter conseguido estar à altura daquilo que foi um dos atos mais corajosos e mais importantes da história da democracia”. Este ano, a Câmara Municipal das Caldas da Rainha assinalou também esta efeméride no passado dia 16, com o lançamento da banda desenhada ‘Nascida das Água e o 16 de Março de 1974’, da autoria do mestre José Ruy. Editada primeiramente em 1999, esta obra conta agora com um capítulo especialmente dedicado a relatar com o máximo rigor histórico os momentos vividos naquele dia. Já a escultura inaugurada no passado sábado é da autoria de José Santa-Bárbara e fica instalada em frente à Escola de Sargentos do Exército (ESE) – antigo Regimento de Infantaria 5 - de onde partiu a coluna de militares que levou a cabo o “Golpe das Caldas”. Com cerca de oito metros de altura, a peça tem a base em betão escuro, figurativo dos muros da repressão existentes antes do 25 de Abril, de onde sai um “canhão” que liberta um simbólico fogo-de-artifício representativo da nova democracia. |
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Março 2024
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