SECRETÁRIO DE ESTADO DA DEFESA NA INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO EVOCATIVO DO “GOLPE DAS CALDAS”21/3/2018 Para assinalar o “Golpe das Caldas”, de 16 de março de 1974, que acabou por não correr como era esperado, mas que já prenunciava o que viria a acontecer em abril desse ano, o Município das Caldas da Rainha lançou, na passada sexta-feira, uma reedição do livro de banda desenhada “Nascida das Águas e o 16 de Março de 1974”, da autoria do mestre José Ruy.
A obra, editada primeiramente em 1999, conta agora com um capítulo especialmente dedicado a relatar com o máximo rigor histórico os momentos vividos naquele dia. Na sessão comemorativa que teve lugar no Centro Cultural e Congressos (CCC), participaram centenas de alunos das escolas caldenses, e marcaram presença antigos militares envolvidos na tentativa de golpe. Para a Autarquia caldense uma das formas de dignificar a data é preservar e transmitir aos jovens o testemunho do que se passou e o que isso significou para os acontecimentos que se seguiram. Volvidos 44 anos, ainda se denota uma certa agitação na voz do Tenente-coronel Otelo Saraiva de Carvalho, presente neste lançamento, quando recorda o episódio, dizendo que “…foram uns camaradas que arriscaram tudo sem terem conhecimento do todo que estava a acontecer”, conta o, na altura, major. Isto porque os militares que saíram das Caldas - e que achavam que iam atrasados - ao chegarem perto de Sacavém perceberam que, afinal, Lamego, Santarém, Mafra e Vendas Novas não chegaram a sublevar-se como estava previsto. Os rebeldes das Caldas estavam sozinhos. Tiveram de regressar ao RI5 e muitos dos envolvidos foram presos. “Mas tudo isto acabou por ter um efeito benéfico”, continuou a explicar Otelo, “porque permitiu perceber exatamente o que é que era preciso fazer para preparar eficazmente a operação que viria a ser o 25 de Abril”. O desfecho do golpe falhado teve ainda outra vantagem: a de tranquilizar o regime de que estaria “tudo controlado”, o que “jogou a favor” dos militares, e o de aumentar a “unidade” entre eles. Se do ponto de vista militar o 16 de Março foi um teste à real capacidade de controlo do regime, do ponto de vista político precipitou e tornou irreversível o 25 de Abril. Noutra ação ligada aos 44 anos do 16 de março, é já este sábado, 24 de março, pelas 15h, que será inaugurado o monumento evocativo do "Golpe das Caldas", numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello. Da autoria do escultor José Santa-Bárbara, a peça vai ficar instalada em frente à Escola de Sargentos do Exército (ESE) de onde partiu a coluna de militares. A obra, com cerca de oito metros de altura, terá a base em betão escuro, representativo dos muros da repressão que existia antes do 25 de Abril, a partir do qual é elevado um “canhão” que liberta uma espécie de fogo-de-artifício e que simboliza a criação de uma nova democracia. |
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