A ilha da Berlenga tem um novo habitante: uma das mais pequenas aves marinhas do nosso país, o roque-de-castro. Uma fêmea desta espécie ameaçada pôs agora um ovo na ilha, graças aos esforços do projeto Life Berlengas, que removeu ameaças e criou condições para que esta ave sensível se possa estabelecer na Berlenga.
O primeiro ovo de roque-de-castro a ser incubado na Berlenga é, segundo Joana Andrade, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), coordenadora do projeto Life Berlengas, demonstrativa do sucesso deste projeto, que trabalha há mais de quatro anos para preservar a biodiversidade e restaurar o habitat deste arquipélago ao largo de Peniche. Esta pequena ave terá provavelmente sido atraída por sons e cheiros usados como chamariz pela equipa do Life Berlengas, e encontrou um local ideal para pôr o seu ovo: um ninho artificial construído no âmbito do projeto. A ausência de predadores como ratos, que chegaram às ilhas “à boleia” de embarcações humanas, ou gatos levados como animais de estimação, que dizimam as populações de aves marinhas que, ao longo de milhares de anos, evoluíram sem predadores por perto, levaram a esta nidificação, já que o roque-de-castro já só nidifica em ilhas e ilhéus desabitados ou sem predadores, algo que se verifica agora na ilha, graças ao trabalho da equipa do Life Berlengas. Para garantir que uma visita às Berlengas não põe em risco o roque-de-castro, as cagarras e outras espécies ameaçadas que habitam esta Reserva Natural, os visitantes e utilizadores da ilha podem consultar no site do projeto Life Berlengas, nos quiosques das empresas marítimo-turísticas em Peniche, nas embarcações e na própria ilha indicações dos cuidados a ter. Por exemplo, deverão ter atenção à bagagem e aos materiais que são transportados para ilha, que devem ser sempre verificados e acondicionados previamente. |
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Março 2024
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