Mais de 100 pescadores reuniram-se esta quinta-feira em Peniche, onde os barcos não foram ao mar na primeira maré de quinta-feira, em protesto contra o excesso de fiscalização à pesca do cerco, que consideram pôr em causa a pesca da sardinha. A concentração aconteceu na doca de Peniche para decidir medidas de protesto a concertar com outros portos e organizações de pescadores do país.
Em causa está, segundo a Anopcerco – Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco, “a redução dos limites diários de captura de sardinha” e “o excesso de zelo da fiscalização da descarga da atividade da pesca de cerco”. Os pescadores de Peniche queixam-se de “perseguição” e de “fiscalizações mesquinhas” à sua atividade. Os barcos acabaram por voltar ao mar depois das 19h30, com a garantia do Governo em clarificar normas e prolongar a faina até setembro. Segundo Humberto Jorge, da Associação de Armadores de Peniche, no final de uma reunião com o secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, estão "suspensas novas ações de protesto até serem cumpridos os compromissos assumidos na reunião”. Do encontro com o governante saiu, segundo declarações de Humberto Jorge, “o compromisso de lutar pelo prolongamento da pesca da sardinha até setembro”, no âmbito das negociações que decorrem entre os governos de Portugal e Espanha e a Comissão Europeia. As negociações deverão estar concluídas até quarta-feira da próxima semana e, “só nessa altura” se saberá “se a reivindicação terá sido aceite”, disse o porta-voz dos pescadores, que, “perante o empenho demonstrado pelo secretário de Estado”, espera ver “cumprida esta expectativa”. Na reunião, o responsável pela pasta “garantiu ainda que a nova legislação [que deverá sair em agosto] irá clarificar os direitos e deveres, quer dos produtores, quer das entidades fiscalizadoras, e acabar com os excessos que se têm verificado”, acrescentou. A paralisação mobilizou 25 traineiras e 500 pescadores que operam no Porto de Peniche. |
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Março 2024
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