O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) e a Universidade de Aveiro estão a contratar 20 investigadores para um estudo sobre o reaproveitamento dos recursos existentes na Reserva Natural das Berlengas e na Ria de Aveiro.
Marco Lemos, docente da Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar de Peniche do IPL e coordenador do estudo sobre os recursos das Berlengas, disse à agência Lusa que as duas instituições de ensino superior estão na fase de contratação de 20 investigadores, depois de, em maio, receberem 2,2 milhões de euros de fundos comunitários para financiar a investigação. Segundo o docente, há muitos recursos debaixo de água que podem ser valorizados e há que conhecê-los melhor, perceber o impacto que as alterações climáticas ou a poluição estão a causar na produtividade das espécies para, em função disso, estudar novos usos. A Reserva Natural das Berlengas e a Ria de Aveiro são dois locais onde existem, segundo os investigadores, "recursos muito particulares, como os bivalves e as plantas na Ria de Aveiro ou as algas, os ouriços ou as anémonas nas Berlengas", dos quais podem ser extraídos compostos que poderão dar novos usos a estes recursos. No estudo iniciado em maio de 2017, os investigadores já conseguiram descobrir, em algumas espécies, compostos que podem vir a ser usados como novos conservantes alimentares, capazes de combater o crescimento de bactérias e aumentar assim o prazo de validade do peixe fresco ou até da fruta. Mas asseguram que existe um grande potencial antibacteriano e antifúngico em todos os recursos. O estudo envolve “bactérias marinhas, micro-organismos, invisíveis a olho nu e ainda algas, corais, medusas, que podem ser usados pela indústria farmacêutica para fármacos de combate ao cancro ou à doença de Parkinson, ou pelas indústrias biomédica, cosmética, ornamental ou até alimentar". A investigação vai decorrer durante três anos e envolve biólogos, químicos e engenheiros. |
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Março 2024
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