FORÇAS POLÍTICAS DE PENICHE REAGEM A ARTIGO DE OPINIÃO DE EX-SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA27/5/2020 Num artigo publicado na revista "Domingo", suplemento do jornal Correio da Manhã, intitulado "O Luar Negro da Noite de Maio", sobre o homicídio de Valentina Fonseca, Francisco José Viegas, escritor e ex-secretário de Estado da Cultura, descreveu Peniche de uma forma que gerou reações de indignação, tanto nos habitantes locais como nos responsáveis políticos.
Expressões como "os bairros pobres de Peniche (ou abarracados ou construídos à maneira de um complexo prisional para albergar famílias encaixotadas)", "consumo de drogas, [...] miséria, tráfico, emigração, lixo", "adolescência tardia ou prolongada, futebol e jogatanas aqui e ali, drogas aqui e ali" ou "espécie de península imaginária que tem Peniche no seu termo" foram usadas para descrever um cenário que o autor considerou ser, em parte, determinante na construção do carácter de Sandro Bernardo, alegado assassino. Esta descrição foi refutada de forma veemente por responsáveis políticos locais. O secretariado da concelhia do Partido Socialista de Peniche manifestou o "mais profundo descontentamento pelo infeliz artigo de opinião do escritor" que "escreve sobre o que não conhece, com uma arrogância de quem habita um Olimpo longínquo deste mundo de gente tão complexa". É acrescentado que o autor "levou o preconceito ao extremo e viu através dos comportamentos de Sandro, que estereotipou, todos os jovens penicheiros numa triste atitude depreciativa". O PS Peniche fez ainda a correção da classificação de Atouguia da Baleia, que é "vila desde o século XII" e à qual o autor se referiu como aldeia. Também a Freguesia de Peniche, em carta assinada pela presidente Teresa Lopes, alerta para a falta de cumprimento do "código de ética e deontologia profissional" do artigo em questão, afirmando a falta de ética de escrutinar e escamutear "todo o lado macabro do ser humano em prol de audiências". Essa falta de ética, segundo Teresa Lopes, é mais grave por "associar um crime hediondo cometido por duas pessoas a uma comunidade inteira e, em jeito de escrita poética, difamá-la sem precedentes", exigindo um pedido de desculpa formal à direção de redação do jornal e revista em causa. A autarca terminou com um convite para "uma visita guiada" para conhecer a "população e a sua hospitalidade tal e qual são na realidade". |
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Março 2024
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