Uma solução à base de algas que aumenta a durabilidade das maçãs processadas e que, desta forma, podem estar mais tempo no mercado, é o objectivo alcançado pelo trabalho que o Instituto Politécnico de Leiria, através da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, está a desenvolver com fundos da União Europeia.
Este projecto visa a optimização do processo de desidratação do extrato e a determinação do seu tempo de prateleira. Esta ideia foi uma das 15 contempladas com uma Bolsa de Ignição financiada pelo INOV C 2020, um projecto suportado por fundos do FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional que pretende alavancar ideias de empreendedorismo e inovação na Região Centro. A aplicação de revestimentos de conservação comestíveis, desenvolvidos a partir de compostos de origem natural, sustentáveis e eficazes, constitui uma enorme vantagem competitiva para produtores de produtos hortofrutícolas que, desta forma, conseguem manter inalteradas as características dos produtos, minimamente processados, como é exemplo a maçã que, quando cortada, oxida rapidamente. Para Susana Silva, investigadora do IPL, “a evolução da análise de risco alimentar tem resultado em limitações adicionais na utilização de aditivos alimentares, tornando a utilização de ingredientes de origem natural, como aditivos, e a formulação de revestimentos comestíveis uma opção cada vez mais procurada entre produtores e investigadores. As propriedades funcionais e disponibilidade das macroalgas na costa portuguesa fazem destes organismos uma fonte ideal de ingredientes para revestimentos comestíveis de origem marinha”. Já para Maria Jorge Campos, outra das investigadoras ligadas ao projecto, “com a aplicação desta nova solução, o tempo de vida útil do produto seco e embalado terá de ser superior a seis meses e, aquando a abertura da embalagem, esta não poderá perder as características de proteção do produto. Com o extrato da macroalga utilizada, o qual possui capacidade de manutenção da cor em maçã Fuji, minimamente processada, será possível aumentar a sua durabilidade através da capacidade de inibição da atividade das enzimas envolvidas no processo de escurecimento oxidativo”. A funcionalidade deste extrato foi validada à escala piloto, através da optimização da sua produção e determinação do tempo de prateleira de maçã Fuji minimamente processada revestida com o extrato em ambiente industrial. |
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Março 2024
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