O Ministério da Cultura anunciou que foi criada, por despacho, a Comissão de Instalação dos Conteúdos e da Apresentação Museológica (CICAM) do futuro Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, em Peniche.
A comissão tem a missão de "propor os conteúdos" para aquele museu Nacional, "sugerir linhas de orientação acerca da respetiva apresentação museográfica, em linha com a história da Fortaleza de Peniche desde a sua construção e a preservação da memória da sua história recente, nos contextos da resistência à ditadura e na luta pela democracia", refere o Ministério da Cultura em nota de imprensa. Compõem a comissão a diretora-geral do Património Cultural, Paula Silva, o presidente da Câmara de Peniche, Henrique Bertino, e o chefe de gabinete do Ministro da Cultura, Jorge Leonardo. Fazem ainda parte Adelaide Pereira Alves, Manuela Bernardino do PCP, o historiador João Bonifácio Serra e os ex-presos políticos Domingos Abrantes, Fernando Rosas, José Pedro Soares e Raimundo Narciso. Nas reuniões da comissão, participam, sem direito a voto, representantes do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra e do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura Espaço e Memória, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A requalificação da Fortaleza de Peniche e a consequente criação do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, estão orçadas em 3,5 milhões de euros, dos quais meio milhão de euros são suportados pelo Orçamento do Estado e os restantes por fundos comunitários. Recorde-se que em abril de 2017, o Governo aprovou em Conselho de Ministros um plano de recuperação para o monumento para instalar na antiga prisão do Estado Novo um museu nacional dedicado à luta pela liberdade e pela democracia. Os ministérios das Finanças e da Cultura determinaram, em setembro, transferir para a Direção Geral do Património Cultural a Fortaleza de Peniche, encerrada ao público desde novembro por causa das obras, para as quais se aguarda que seja lançado concurso público. Em 2016, a Fortaleza de Peniche tinha sido integrada pelo Governo na lista de monumentos históricos a concessionar a privados, no âmbito do programa Revive, mas passados dois meses foi retirada pela polémica suscitada. A Assembleia da República defendeu em plenário, da esquerda à direita, a sua requalificação e a preservação da sua memória histórica enquanto ex-prisão política da Ditadura. |
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Março 2024
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