Os precários do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) reuniram esta segunda feira, com os representantes das empresas Tónus Global e Lowmargin, no sentido de obter informação sobre o processo de transferência de trabalhadores da primeira para a segunda, empresas que têm gestores e sedes comuns. São um total de 180 trabalhadores precários, alguns a trabalhar quase há duas décadas, mediados por empresas que se dizem “prestadoras de serviços” e com quem só mantêm contacto para trocar recibos e conferir salários, estando integrados nas estruturas hierárquicas do CHO, a trabalhar lado a lado com trabalhadores contratados diretamente por este centro hospitalar. Os precários dizem garantir funções essenciais ao Serviço Nacional de Saúde, mas com menos direitos, menos salário, menos estabilidade, menos margem para marcação de férias, mais horas de trabalho e remunerações diversas em atraso.
Durante a reunião foram levantas à empresa diversas questões e realizadas algumas exigências, como a reposição das 35h de trabalho, equiparando-os aos colegas contratados. Os trabalhadores questionaram a empresa sobre os motivos da imposição de marcação de 6 dias de férias até ao final de Março e um período máximo de 6 dias de férias durante o verão, regras que não são aplicadas aos restantes colegas. Outras queixas prendem-se com o não pagamento de serviços mínimos durante greves, turnos extra e feriados trabalhados, o não pagamento de subsídios de férias por inteiro, diferenças de salário que chegam aos 91€ para funções idênticas, falta de serviço de medicina no trabalho entre outras questões. Segundo os precários, as respostas às perguntas realizadas foram maioritariamente insatisfatórias, acusando a empresa de ter contratualizações com o Estado no valor de vários milhões de euros em troca de uma “prestação de serviços”, empresa que, segundo eles, alega desconhecimento sobre os direitos em falta e sobre os consecutivos atropelos à lei de que foi protagonista juntamente com a administração do CHO, passando para esta administração a responsabilidade do não pagamento de algumas das retribuições em falta, pela falta de informação e pela proposta de passagem desta relação laboral a um regime de falsos recibos verdes. Ainda assim a Lowmargin assumiu a responsabilidade de pagar as remunerações em atraso, garantir os serviços em falta de medicina no trabalho e de reunir com o Conselho de Administração do CHO de forma a abordar a reposição dos restantes direitos, nomeadamente das 35 horas semanais de trabalho. Os precários esperam que lhes sejam reconhecidos direitos iguais aos dos colegas, com quem trabalham há décadas e, caso tais direitos não sejam reconhecidos, mostraram-se determinados a realizar uma greve por tempo indeterminado. |
NotíciasPeniche e Região Oeste em destaque Arquivos
Março 2024
|